domingo, 2 de novembro de 2014

A Maratona de Berlin! Por Camila @camiscvieira e Bárbara @unidaspeloesporte

O Post de hoje é muito especial! Duas amigas queridas que recentemente se tornaram Maratonistas contam como foi da preparação até a linha de chegada da Maratona de Berlim!

Vale a pena ler!
 
Nós vivemos juntas grande parte dessa jornada. Tudo graças a uma hashtag: #berlinmarathon. Camila iria sozinha e, depois de uma crise de hipertensão por ansiedade, foi buscar companheiros para compartilhar as emoções que antecedem a maratona. Eu, Bárbara, ia acompanhada do pai, irmão e amiga corredora, mas minha parceira de corrida se lesionou e não pode se dedicar aos treinos e meu irmão também desistiu da viagem. No dia que a Camila me chamou para o grupo do WhatsApp, vi ai uma grande oportunidade de dividir e ganhar experiência com outros corredores. Iniciantes e veteranos, começamos em 10 e embarcamos mais de 30 rumo a Berlim. Somos os CBBM’s (Crazy Brazilians in the Berlin Marathon). Ao longo de 4 meses compartilhamos nossos treinos, lesões, medos, experiências, dicas e sugestões. Foi tão mais leve e divertido “conviver” diariamente com outros corredores que focavam no mesmo objetivo, que foi ficando cada dia mais emocionante a nossa jornada.   

Correr uma maratona não é fácil, agora já podemos afirma-lo, mas mais difícil é a jornada. O mais duro a gente faz antes. Semanas e semanas de treinos, madrugadas para fugir do calor, renúncias, e muito foco e dedicação. Ter esse grupo fez toda a diferença, tanto na prova como na viagem. Nos tornamos um grande grupo, uma família de corredores.

Nós duas decidimos fazer a maratona já depois do sorteio e não nos restou outra  opção a não ser ir com agência; Camila com a Rent a Tour (recomenda, mas é algo bem básico. Sem suporte algum na maratona e familiares.) e eu com a LCtour (super recomendo para quem vai acompanhado porque eles dão um belo suporte para os familiares durante a prova).

Por que Berlim? Simplesmente porque a Maratona de Berlim é uma das maiores e mais conceituadas majors (World Majors Marathon), conhecida pelo seu percurso plano e temperatura agradável, escolhidas pelos iniciantes e para aqueles que querem melhorar tempo, principalmente para conseguir índice para maratona de Boston. Além disso, nenhuma das duas conhecia a Alemanha e aproveitamos para tirar férias pós-maratona.

No ato da inscrição podemos optar por vários opcionais: camisa da prova (é, não vem incluída no Kit), camisa finisher, nome e tempo gravados na medalha, vídeo, massagem. E em um momento histórico como esse, vale a pena comprar tudo que der. As camisas e o nome da medalha, podemos garantir que quem não compra se arrepende. Mas não se preocupem, se não compraram no ato da inscrição, podem ser adquiridos na feira e a gravação do nome também pode ser pago na hora (por 10 euros).

Eu, Camila, recomendo chegar uma semana antes da prova. Já a Barbara se programou para chegar na 5af e acabou chegando na 6af por problemas de companhia aérea. Fora o estresse de chegar em cima da hora, pode deixar de viver muitas coisas e acompanhar os preparativos da cidade para o grande dia. Sem contar que já estamos mais adaptados com o clima e fuso horário. Ver nascer as famosas linhas azuis que marcam o percurso dos 42,195km, é bem emocionante. Pude ver tudo de pertinho e a Bárbara ia acompanhando tudo pelas fotos.

A festa começa já no dia de ir a feira e fazer a retirada do Kit. Para quem nunca correu uma prova grande se impressiona com o tamanho do evento. A feira acontece em um aeroporto desativado (Platz der Luftbrucke) e a emoção já toma conta quando a gente desce da estação de metro e olha a organização, vê as pessoas na rua orientando os que estão chegando perdidos e os vários atletas com as sacolas do Kit. Muitos já saem de lá vestidos com seus casacos e camisetas.

Na feira tem estandes de praticamente todas as marcas e ate mesmo estandes promovendo outras corridas. Uma loucura como podemos Viajar o mundo para correr!!! Os preços que não são muito atrativos, tanto dos produtos da maratona como das outras marcas.

Eu que cheguei antes, pude ir na feira no primeiro dia e tive a oportunidade de ver tudo com mais calma, já que estava mais vazia. Mas a Bárbara que foi na 6af, mais pro final do dia, achou um pouco cheia, mas mesmo assim, sem tumulto e bem organizada.

Sábado, para alguns é dia de dayoff, mas na cidade acontece o Breakfast Run, que sai do palácio de Charlottenburg e vai até o Estádio Olímpico (dois pontos turísticos de Berlim), onde servem um café da manhã (água, barra de cereal, donuts). Momento bem legal para entrar ainda mais no clima da maratona. Na parte da tarde o ideal é descanso e perna pra cima. Mas quem consegue? Nós fomos para o Portão e vimos a chegada da Kids Run (uma gracinha ver os pequeninos correndo) e da Maratona de Patins (a coisa mais linda, parece um balé!).

Enquanto acontecia a maratona de patins, Barbara me pergunta: e aí amiga, em qual momento vc acha que vai chorar? Eu respondo: ih amiga, acho que não vou chorar não. Sou tão durona... rs Cliquem no link final e vejam o que acontece rs.

Confessamos que já nessa hora (umas 17hs) já estávamos com a ansiedade a mil. Era uma olhar pra outra e o coração bater mais forte. Delicia poder dividir isso com os amigos. Por mais que muitas vezes o corredor não viaje sozinho, só outro atleta sabe o que a gente está passando. Só quem corre sabe...
 
 
 

Meses de treino e está chegando o grande dia. A gente treina e sabe para o que está preparado, mas por mais que a gente saiba, o novo sempre assusta. Mas sabe de uma coisa? Nervosinho gostoso esse. A verdade, pode parecer loucura, mas dá saudade depois. É tanta emoção, que passa tudo muito rápido. Por isso gente... é para curtir cada momento. Fotografem, filmem, registrem... E vivam o momento!!!

Eis que chega o grande dia, 28 de setembro. Domingo! Esperamos 9 meses por esse momento. Um dia, durante a jornada, eu, Bárbara, perguntei pra Camila: “amiga, o que será que a gente vai pensar na hora que estivermos nos preparando para ir pra lá?” E ela respondeu: “que estamos nos preparando para a grande festa, roupa de gala e tudo!” E é isso ai!

 A roupa de gala separada, todos os acessórios, suplementos, gel e capsulas...(levar tudo em dobro pq podemos perder pelo caminho). Café da manhã reforçado porque saímos bem cedo e fomos pro nosso destino final. Camila e eu não estávamos no mesmo hotel e não iriamos largar no mesmo curral (ela no F e eu no H), então decidimos nos encontrar já depois da prova, maratonistas! Cada uma foi com os corredores dos seus hotéis e foram se encontrando com outros no caminho.

A previsão de largada era 9hs, média de 6 graus esse horário. Chegamos lá por volta de 7:30. Esse horário é bem frio. Ideal é ir bem agasalhado com algo que possa se desfazer depois. É tradição na Europa e EUA recolher esses casacos para doação. Bom para trabalhar o desapego. É bem importante estar aquecido nessa hora porque perdemos muita energia tentando manter a temperatura do corpo e o que menos precisamos nessa hora é isso, verdade? Temos que economizar tudinho para consumir durante os 42,195km. Eles até distribuem os sacos plásticos antes quando deixamos as coisas no guarda volumes, mas pra mim não foi suficiente. Já a Camila foi bem preparada com térmica e casaco que ficou na largada esperando ser recolhido e deixou sua sacola no guarda volumes.

Falando em guarda-volumes, eles ficam beeem longe dependendo do seu numero de peito. Por isso é essencial chegar cedo, se localizar e já se posicionar no seu curral porque somos mais de 40 mil corredores e, por mais que a organização seja impecável, são longas distancias.

Eu e Camila não largamos juntas, mas tivemos a oportunidade de nos falar minutos antes (viva o chip pre-pago que adquirimos assim que chegamos). Nessa hora eu já estava sozinha e muito nervosa. Coração batia forte. É muito deslumbramento, porque é lindo de ver tanta gente junto, reunidos para um evento tão grandioso e uma conquista individual que só gera boas vibrações. Mas falar com ela me trouxe muita tranquilidade e foi o que faltava pra dizer que vivemos essa jornada juntas até o fim.

O que dizer da corrida?

Percurso é lindo, super plano, mas com muitas curvas, que acabam que te fazem correr mais que 42Km, pois não é tão simples seguir a linha azul. Animação total, muito público ao longo de todo o caminho. Bater na mão das criancinhas é algo que dá uma energia maravilhosa. Muitos cartazes de incentivo. Bandas tocando musica. Varandas decoradas e servindo de camarote. As pessoas gritando o seu nome. É uma vibe maravilhosa e contagiante.

O único ponto que deixa um pouco a desejar é que os postos de hidratação ficam apenas do lado direito, com isso pode haver tumulto na hora de pegar a bebida. Eles alternam entre postos apenas com agua e postos com todas as bebidas que oferecem: agua, isotônico e chá. O mais interessante é que eles colocam na primeira mesa os specials drinks, que são as bebidas que as famílias deixam para quem esta correndo, então são garrafas com frases, com bandeirinhas para identificarem rapidamente. A partir do km 5, praticamente a cada 3 ou 4 km havia um posto. Estudando o mapa antes fica bem fácil se programar com os géis e suplementação.

A chegada vem logo depois da curva a esquerda que já te leva under der linden sentido portão, porém se prepare porque a corrida não finaliza no portão. Passado o portão ainda tem uns 300mts até o tão sonhado pórtico.

Temperatura media nessa época é de 6 graus pela manhã e no término da corrida uns 11 graus. Esse ano tivemos a sorte de não estar ventando no dia da corrida. Mas Berlim é conhecida por  ventar muito.

Animação, hidratação... mas e correr os 42km?
 
42,195 mts que na verdade foram 43,200mts por @camilacvieira
 
Desde o ínicio encarei essa maratona como uma jornada abençoada e já havia idealizado que seria uma linda maratona.
 
Decidi fazer a maratona com 37 semanas de antecedência, ou seja, seria a gestação maratonista, iria nascer a maratonista que havia dentro de mim.
 
Inicialmente eu desejava conseguir o índice para Boston, algo muito arrojado. Porque para isso eu precisaria correr a 5:05 (algo difícil) por conta disso uma crise hipertensiva me pegou e para dividir e mudar o foco criei o grupo #CBBM2014, corredores que encontrei através das redes sociais e convidei para o grupo, iniciamos com 15 pessoas e chegamos em Berlim com 30. Dividir essa ansiedade ajudou e muito, além de ter feito ótimas amizades que eu tenho certeza que irá além da maratona.
 
 
Decidi tudo isso em janeiro precisamente dia 7 assim pude parcelar o valor da inscrição e esse segundo hotel qual fiquei do dia 26 ao dia 30 de setembro,  que foi o íbis style berlin city ost (na Alemanha oriental) não recomendo. 

Fechada a inscrição, ainda não havia caído a ficha, decidi que março seria o limite para eu fechar a passagem e decidir que dia eu iria chegar no local do sonho. Decidi chegar uma semana antes para me ambientar ao clima e conhecer Berlim, cheguei dia 22/09 e fiquei em Berlin até dia 30/09, foi a melhor decisão pois consegui ver a maratona nascer. Pintarem as famosas linhas azuis no chão por todo trajeto, dizem que seguir essa linha é seguir o menor caminho até os 42,195, montarem as arquibancadas e cartazes de proibido estacionar por conta da maratona. É de se emocionar.

Março fechei a passagem e já fui ao booking reservar o primeiro hotel que fiquei do dia 22/09 ao dia 26/09, escolhi através do trip advisor e qualificação booking o 4 youth am mauerpark, super aprovei o hotel em tudo, indico fácil. Não é de muito luxo, mas é adequado para quem quer dormir bem e tomar um bom banho no final do dia.
Além disso conversei com pessoas que já haviam ido a Berlim e reservei, com folga, o valor de 150,00 euros por dia para alimentação, lanches e petiscos. Valor com bastante folga, não gastei isso por dia, em media em uma refeição (restaurante vapiano) gasta de 11 a 12 euros.
 
A prova para mim foi sem sofrimento algum, nos km’s finais senti cansaço nos pés apenas. Mas eu estava tão feliz que toda felicidade apagou o cansaço. Segue o link do vídeo da prova com alguns vídeos que eu fiz.


 

 
Turismo em Berlim

Tive 7 dias para conhecer Berlim, então recomendo muito quem for com tempo fazer como fiz, caminhar pelas ruas da cidade que esbanja cultura a céu aberto.
Galeria a céu aberto em bernauer strasse, em potsdamer plastz: lugares onde há pedaços do muro de berlin.
Caminhar e observar as ruas, muitas possuem uma placa de metal: por aqui passou o muro de berlin e a data 1961-1989. A história de Berlin é muito recente e eles mostram isso pelas ruas com painéis.
 
Por indicação de uma amigo eu fiz assim que cheguei na segunda feira o city tour free que a new europeu oferece (www.neweurope.eu ou http://www.newberlintours.com), ponto de encontro deles é Starbucks da brandenburg tor, eu agendei, mas se chegar lá consegue fazer o tour tbm só olhar os horários de saída. Tour é feito em inglês.
A Barbara como ficou menos tempo optou pelo city tour (http://www.city-sightseeing.com )e o passeio de barco que pode ser encontrado nesses sites ( https://reederei-riedel.de/en/ , https://buchung.sternundkreis.de ou http://www.bwsg-berlin.de/en/ ).
 
Recomendo a todos que curtem correr, seja pra tempo ou para concluir a prova, a fazer uma maratona. Escolha aquela que mais admira e se prepare, se dedique. Faça desse momento seu e curta cada instante. Vale Muito a pena!
 
Km por Km por Bárbara (@unidaspeloesporte).
 
Quando a gente se prepara para uma corrida e ouvimos do nosso coach “você está preparada” a gente até acredita, mas é só la na hora que a gente tem certeza mesmo. Mas foi tudo lindo. Cada km foi pura alegria. A estratégia era: 5km de empolgação. Depois focar na 1ª meia maratona, e ir conquistando mais 10km e mais 10km.
 
 
 
Durante os treinos, eu tive que lutar contra uma tendinite do tendão de Aquiles que não me deixou fazer os longões mais importantes. O máximo que fiz foi um de 25 e um de 28km. Depois que passei dos 21km feliz na prova, conversei comigo mesma que íamos até o 30km bem. É muito importante a gente ir conversando com a gente durante o percurso e ir negociando com o corpo. Quem manda é a cabeça, então ela é quem tem que dar as ordens. Depois dos treinos, essa é a lição mais importante que ficou pra mim dessa experiência. Você não pode deixar o corpo vencer. Vai doer, mas a cabeça vai controlar a situação.

 Desde o dia que almejei ser maratonista, eu sonhava com o longão de 30km. Então pra mim, chegar até lá pela primeira vez já no grande dia foi uma emoção muito grande. Me dava muito medo o tal Muro. Mas graças a Deus eu bati nele. Lembro perfeitamente do momento que passei no tapete de controle do chip e pensei em todos os que nos seguiam pelos App da corrida. Outra coisa incrível que dava um gás era saber que naquele momento todos estariam te acompanhando e que a sua emoção daquela conquista seria compartilhada com amigos e com a família!

 Passados os 30k, negociei comigo, “E aí, seguimos assim até os 35km?”. E lá fomos nós (eu e eu), só curtindo. No 35km, mais uma dose de energia no tapete de controle (que era a cada 5km). Daí era ir rumo ao 40km, mas no 38km a perna começou a pesar. Cheguei a colocar a mão na coxa e ela estava dura. Mas eu disse... “já não falta nada! Já é logo ali”. Foi quando fiz uma curva e vi o totem do Km 40. Eu não sei explicar exatamente o que eu senti nessa hora. Não chorei, mas a garanta apertou e o coração bateu mais forte. Deu até arrepio. Estava acabando! Sensação estranha, porque a gente quer chegar, mas não quer que acabe. Muito louco!

Como nós havíamos ido ao local da chegada antes, nós já sabíamos a ultima curva que nos permitia ver o tão esperado e almejado Portão. Então fui seguindo pelos últimos kms já com muita ansiedade da reta final e passa tanta coisa na cabeça que você nem acredita. “Está acabando, deu tudo certo” (cheguei 15’ antes do esperado) e... E aí que esses são os dois km mais longos da vida. Nessa hora o publico é maior. Muita gritaria e muito batuque. O tempo parece que para, você corre, corre... Até que você faz a curva e ele está lá te esperando de arcos abertos. Nessa hora a respiração até falha mas você vai e continua. Na reta final antes de passar pelo portão tem uma faixa grande que diz: “Vocês já são todos vencedores!!!” Já podem imaginar a emoção... 

A gente atravessa o portão e ainda tem uns trezentos metros. Me lembro perfeitamente de eu encarando o totem que marcava os 42km. Foi um grito de muita garra e emoção. Cada um sabe o que passou pra chegar até ali e agora só faltavam 195m. Sabe o que é isso?!?! Mais de 1500km de treinos, 42km de prova e só faltavam, os tão famosos e sonhados, 195m. Hora do ultimo tiro e cruzar a linha de chegada. Eu confesso que eu jurava que começaria a chorar desde o portão e me surpreendeu que fosse diferente. E, para minha surpresa, quando vem o auge da emoção que é poder estar do outro lado da linha, uma falta de ar toma conta de mim. Cheguei a pensar: “Não é possível que eu vá passar mal agora”. Me concentrei e fui caminhando em direção as medalhas puxando o ar como dava e, na hora que a medalha veio parar no peito o choro saiu. Muita emoção! É muito amôôô!!! É uma mistura de alivio, com graças a Deus. Um alegria sem fim. Muito orgulho! E aí é só comemorar, ir direto pro ponto de encontro encontrar os amigos e familia. A primeira pessoa que eu abracei foi meu pai, mas o abraço mais forte, com o choro mais profundo, não podia ser diferente e foi com minha amiga maratonista Camila!  "

 


 
 


 

Camila Vieira @camiscvieira
 Bárbara Bezerra @unidaspeloesporte
 
Meninas, muito obrigada e Parabéns!!!!

Correndo na Europa
@viajarparacorrer
#viajarpararcorrer
 
 
 

 

 

domingo, 28 de setembro de 2014

A Meia Maratona de Colônia

Dia 14 de Setembro deste ano...tínhamos 2 provas na cabeça para fazer nessa data: Primeiro surgiu a ideia de fazer a Meia de Budapeste...começamos a checar os voos e hotéis e estava saindo bem caro...então decidimos fazer a Meia Maratona de Colônia.

A cidade de Colônia é super bonita, também fica na Beira do Rio Reno e tem um Catedral fantástica, uma das maiores Igrejas Góticas do mundo, além disso é uma cidade bem jovem e animada e fica muito perto da cidade onde morávamos..150 Km aproximadamente.  

Além de nós (eu e o Renan), as amigas Ana @anakrueger , Liana @projetolilika, Patrícia @pbzeg também tinham se inscrito! E um amigo português nosso (Fernando) decidiu estrear nos 21km também nessa prova.
Só por aí já dava pra imaginar que seria um fim de semana super animado e divertido. Cerca de 40 dias antes da prova acabamos definindo nossa volta ao Brasil e então aquele dia se tornou ainda mais especial, seria nossa prova de despedida depois desse período todo correndo na Europa e morando na Alemanha.
No dia 13 de Setembro saímos de Mainz pela manhã com destino a Colônia e fomos direto para a Expo. Como naquele dia aconteceriam além da Meia a Maratona da Cidade a Expo era consideravelmente grande. Mas nada muito diferente do que estamos acostumados a ver nas Feiras de Maratonas da Alemanha : Stands da Runners Point ( Uma loja de corrida famosa por lá), algumas marcas de tênis e roupas esportivas, Cerveja sem Álcool , etc...



Pegamos nosso kit, encontramos os amigos, tiramos fotos e fomos almoçar e turistar pela cidade!



Depois descansamos um pouco no hotel, e fomos até o centro da cidade e para estocarmos carboidrato em um Jantar delicioso. Fomos a uma das praças principais de Colônia, super movimentada e badalada ( se não fôssemos correr no dia seguinte, seria o lugar ideal para ficar um tempão...estava bem animado) e lá encontramos um Restaurante Italiano que se chama La Tagliatella...vale super a pena, fica a dica para quem for pra lá e quiser comer uma Massa Deliciosa: http://tagliatella.de/restaurants/latagliatella-koln-heumarkt/

Voltamos ao Hotel e preparamos tudo para o dia seguinte...

No domingo acordamos as 6h, tomamos nosso café da manhã e fomos pegar o ônibus em direção a largada...nos perdemos um pouco no caminho...o que nos deixou um pouco tensos...tivemos que chegar, guardar os kits no Guarda Volumes (que era um caminhão...porque a Largada foi em um lugar diferente da chegada) e partir para a largada. Largada que estava dividida em blocos de acordo com o pace dos corredores, mas não estava sendo muito controlada.

E então..lá estava eu...posicionada mais uma vez na largada de uma Meia Maratona, a minha última na Europa esse ano... ainda sem ideia do  que conseguiria fazer...já que a minha última Meia em Stuttgart foi muito sofrida, não consegui encaixar o pace...tive que parar pra ir no Banheiro...um desastre.. Mas eu estava lá...tentando não ficar nervosa e nem preocupada com o tempo.

Largamos!!!  A largada foi um pouco tensa...muita gente em um trecho bastante estreito, por um momento todo mundo literalmente brecou! Nunca tinha visto isso em uma prova...e isso só aliviou depois do primeiro quilômetro...mas apesar do percurso estreito, o primeiro KM foi muito bonito, passamos em uma ponte por cima do Rio Reno com vista para a Catedral. E depois daí.. que delícia de prova! A temperatura estava perfeita pra correr, o dia bonito, muita gente na Rua, pessoas nas janelas das casas com rádios ligados...o percurso lindo, todo feito dentro da cidade...e eu a cada Km que o Garmin virava me surpreendia positivamente!!!

Eu estava virando os Kms todos em um pace abaixo do que eu imaginava que fosse estar, até porque o que tinha na minha cabeça a minha última meia...mas realmente as condições eram outras...clima, lugar, prova, minha cabeça...tudo...e isso foi só me dando força pra seguir Km a Km feliz e bem.

7km...10km...14km...e quando percebi já estávamos no 17...passou muito rápido, o percurso era realmente muito agradável...haviam vários pontos de hidratação também...o único ponto fraco é que a água era entregue em copos e não garrafinhas.

Quando passamos pelo Km 18 eu comecei realmente a me sentir cansada...até ali eu estava com muita energia e feliz, sentindo o Garmin virar com um pace melhor do que o esperado...mas dali pra frente o esforço foi muito maior...foram 3 km que pareciam uma eternidade ...contando metro a metro..mas fui...O último Km apesar de duro foi lindo...muita gente torcendo, gritando e a chegada foi ao lado da Catedral Maravilhosa da cidade...cheguei...fazendo muuuuito esforço pro Sprint final...e cheguei feliz....não bati meu recorde pessoal...mas me saí melhor do que nas ultimas 2 meias maratonas que tinha feito...e senti que estou voltando a forma que estava quando fiz meu último melhor tempo...



Além disso senti uma  energia deliciosa no final, uma sensação de missão cumprida estando esse tempo na Alemanha e na Europa, fechando com chave de ouro um ciclo lindo da minha vida de atleta amadora...um ano onde corri por vários lugares lindos...fiz 5 Meias Maratonas e me tornei Maratonista...um ano onde me superei em todos os sentidos!


Na linha de chegada estava o Renan (@renanrosa) meu marido, que apesar de ter lesionado o tornozelo conseguiu bater seu recorde pessoal e encontramos todos os amigos queridos que estavam por lá e que bateram seus recordes e estavam felizes!!!





Sobre a prova em si, indico a todos! Super plana e organizada, percurso bonito e animado, os únicos pontos fracos são os Copos na hidratação e alguns trechos muito estreitos no início.

Foi um fim de semana incrível fechamos esse período com chave de ouro e agora estamos prontos para correr pelo Brasil e se possível, em breve, voltar a correr pelas pistas da Europa!


Correndo na Europa
#correndonaeuropa
#viajarparacorrer
@viajarparacorrer

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A Meia Maratona de Helsinki na Finlandia - Por Sandra Kautto


O post de hoje é de mais uma amiga Brasileira que mora na Europa! A Sandra @sandra_kautto mora na Finlândia e no dia 04 de Maio ela correu sua primeira Meia Maratona em Helsinki ( a capital da Finlândia)!
Vale a pena conferir! :)
"A 1/2 maratona aconteceria no dia 10 de maio (sábado) em Helsinque. Na sexta-feira eu arrumei minha bolsa baseada na previsão do clima e tentei ir dormir no horário de sempre. Demorei a conseguir pegar no sono e como sempre, o filhote absorveu minha ansiedade e as 5h da manhã já estávamos de pé.
Levantei devagar, fiz 30 minutos de ioga  e fui preparar meu café da manhã: tapioca, banana e café preto.  Marido e filhote foram me levar na estação de trem e dali pra frente era por minha conta. Queria aproveitar a viagem do trem para descansar um pouco e tentar relaxar.
Chegando em Helsinque fui super bem recebida por uma amiga brasileira cheia de luz, a Sarah. Fomos direto retirar o meu kit que consistia no chip, camisa e uma bolsa (sacola). A retirada do kit foi super rápida, tudo muito organizado. No local da retirada haviam muitas empresas e lojas de artigos esportivos, e obviamente muitos brindes como gel para massagem, cereal, etc.

 
Depois disso fomos almoçar, comi uma pasta com molho de tomate para dar aquela turbinada na reserva de energia. Depois voltei para o estádio e já senti aquela energia boa do pessoal animado, crianças de bicicleta, um grupo da terceira idade pronto pra correr...uma coisa linda de se ver. 
 
Fui para o vestiário e comecei a minha concentração pessoal, relembrando cada treino, cada desejo de vitória vindo dos amigos do Brasil, pensando nos meus pais (já havíamos trocado algumas mensagens pelo WhatsApp), pensando na linha de chegada. Quando estava me arrumando percebi que não tinha onde colocar o gel de carboidratos que eu deveria tomar nos 8km (exatamente como havia feito no último treino longo) daí decidi colocar dentro do top (péssima ideia). Respirei fundo, coloquei o chip e o número no peito e fui na direção da minha conquista! 
O evento contou com 12.119 inscritos, tudo foi muito bem organizado e sinalizado, um staff sempre disponível para tirar qualquer dúvida. Próximo ao local de largada havia um lugar para deixar a sacola com os pertences.  
Os postos de abastecimento (total de 4)  e banheiros muito bem posicionados e sempre de ambos os lados da pista, além de ter rolado uma banana no último pit stop, que por sinal foi como ver água no deserto :) 
Ainda faltava 1h para a largada do meu grupo (penúltimo), o sol havia aparecido temporariamente e eu decidi ficar um tempinho por ali sentada vendo o povo e recebendo as últimas boas energias por mensagens. Depois entreguei tudo para a organização do evento e fui em direção a largada. Eu estava muito consciente de que tipo de corrida eu queria correr, qual era o meu objetivo e que eu estava ali sobretudo para ser feliz. Ao contrário da corrida de 10k essa eu não tinha intenção nenhuma de ser rápida, eu só queria cruzar a linha de chegada nem que fosse no tempo limite (3h). 
Meu grupo era o penúltimo com a previsão de fazer a prova em 2h30m, havia chegado a hora e lá fui eu correr o meu desafio pessoal. Durante todo o percurso haviam pessoas desejando sorte, jovens fazendo brincadeiras oferecendo cerveja, crianças estendendo a mão e como sempre, velhinhos sentados e batendo palmas, uma energia muito boa. Nos primeiros 5km vi muita gente correndo no limite e alguns já parando na primeira ladeira, e eu lá no meu ritmo, confortável. 
 
 
Eu não conhecia o percurso, não tinha relógio e nem nenhum outro aparelho que eu pudesse monitorar o tempo, mas eu conhecia muito bem meu corpo e sabia exatamente qual o ritmo que eu deveria correr. Aproximadamente 10k do percurso foi feito dentro de um bosque/parque, e foi aí que eu entrei em modo automático, porque eu perdi a noção de direção, para que lado estávamos correndo, quanto tempo estávamos correndo, para todos os lados que eu olhava eu só via árvores, e por mais que seja delicioso correr em meio a natureza, em uma competição é bem legal ver pessoas também! Enfim, durante alguns quilômetros tive a impressão de estar correndo em círculos, parecia que estava sempre passando pelo mesmo lugar uma e outra vez. Foi quando ouvi alguém falando que já tínhamos 44 minutos de corrida. E no meio desse vai e vem dentro do bosque um participante estava no chão, sem cor, desmaiado e sendo socorrido, deu um mal estar e um medo, tentei desviar meu pensamento da cena e continuar correndo, afinal ele já estava tendo atendimento apropriado. 

E foi nos 8km que eu percebi que um senhor (de uns 40 anos talvez) estava a algum tempo correndo no mesmo ritmo que eu, e como ele era alto dava muito bem para vê-lo, mesmo com uma certa distância. Nesse  momento adotei a estratégia de tê-lo como referência de velocidade, era só não perdê-lo de vista.  Quando passamos pelos 10km eu pensei: Beleza! Agora só faltam mais 11km! Não me sentia cansada, o pé nem sinal de que daria problema e tudo indo muito bem. Mas foi nos 13k que o pé direito deu sinal de que daria problema, diminui um pouco o passo (sem perder de vista o senhor alto, claro!) e tentei jogar o peso mais para o lado esquerdo. Nos 15k eu achei que iria quebrar,o pé começou a doer pra valer, sentia como se meu pé fosse uma grande pedra de gelo e a cada pisada alguém com um martelo tentasse quebra-lo ao meio, mas agora só faltavam 6k e eu não ia desistir mesmo, nem que fosse andando eu iria cruzar a linha de chegada. Só sei que depois de um tempo o corpo todo recebeu uma anestesia geral, eu já não sentia os pés, as pernas, o quadril...eu estava correndo totalmente no automático. É nesse momento em que você se questiona do porque estar correndo, do porque continuar.  Eu só pensava nos treinos difíceis que eu havia feito, pensava nos meus pais dizendo que eu conseguiria, pensava no meu filho, pensava na linha de chegada. Foi quando eu vi a placa de 19k, daí eu sabia que estava perto, as pessoas ao lado da pista diziam: vai, vai, só tem mais essa ladeira (sempre tem uma última ladeira no último quilometro, né não?), você já ganhou, continua! E mentalmente eu visualizei 2km de um percurso que eu conhecia, que fazia parte do meu treino, acelerei o passo e comecei a chorar de emoção. Eu estava chegando, eu ia cruzar a linha de chegada, eu ia conseguir correr 21km.  
Quando eu ouvi o "bip bip" do chip marcando minha chegada e vi o portal na linha de chegada uma emoção invadiu meu corpo, eu estava absurdamente feliz! Eu repetia a mim mesmo: yes! chegou! Yes! Você conseguiu!
 
 
 
Meu tempo dos 10k foi o pior de todos os tempos, mas isso importa? :-) Meu tempo total foi igual a da maratonista do ano passado, ou seja, eu corro 1/2 maratona no tempo que ela correu uma maratona inteira, mas isso importa?! 
Claro que não importa! Porque meu objetivo não é ser atleta. Meu objetivo é viver bem, é ter qualidade de vida, é vencer a mim mesmo, é ultrapassar meu próprios limites, é incentivar pessoas normais a buscarem qualidade de vida. 
Quando a corrida terminou eu pensei que nunca mais fosse querer repetir a experiência, afinal já sabia como era, né?! Eu só queria tirar o tênis, um banho quente e sauna. Ah! E foi aí que eu descobri que o gel que eu coloquei no top (lembram?) fez uma queimadura linda entre meus seios :/ Foi a minha medalha gravada no corpo :) 
Mas voltando ao assunto de correr novamente, depois de uma noite bem dormida e as energias recuperadas, obviamente que a ideia de uma nova competição voltou, né?! 
Quero terminar esse post imenso demonstrando minha mais alta admiração aos maratonistas, se antes eu já admirava, agora eu admiro ainda mais ! Porque tá ai um desafio que minha mente e meu corpo ainda não conseguem sonhar, correr uma maratona. Mas sei que esse dia vai chegar, o momento em que mente e corpo irão pedir por um desafio maior, mas eu não tenho a menor pressa, e enquanto esse dia não chega, eu vou correndo um quilômetro de cada vez."
 
Sandra Kautto
@sandra_kautto
 
Correndo na Europa
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terça-feira, 16 de setembro de 2014

A Meia Maratona de Budapeste - por Rafaella Goldenbaum

O Post de hoje é bem especial: mais uma amiga querida que o Instagram e a corrida trouxeram...a Rafaella (@pitanga_pitanguinha) mora aqui na Alemanha também e correu sua primeira Meia Maratona no Domingo em Budapeste!
Acompanhei sempre no instagram a rotina de treinos dela e foi muito bacana ver sua evolução!
Vale a pena ler o texto emocionante sobre a corrida da Rafa nessa cidade linda e especial.
Rafa, parabéns e obrigada pelo relato!


"Se tivessem me perguntado há um ano se eu gostaria de um dia correr uma meia-maratona, eu teria rido. Para mim, isso era algo muito distante e parecia até loucura. Mas conforme eu fui evoluindo na corrida, aos poucos aumentando as distâncias dos meus treinos, essa loucura começou a parecer algo mais e mais próximo. Me lembro bem quando fiz meus primeiros 10km! Fiquei tão feliz! E a partir dali senti que não era impossível, e comecei a sonhar com os 21km.

De uma coisa eu tinha certeza: eu queria que a minha primeira meia-maratona fosse especial, com um percurso mágico, em uma cidade que tivesse um significado especial para mim. Isso seria uma motivação a mais para concluir a minha primeira prova de 21km. Logo veio Budapeste à minha cabeça, cidade pela qual me apaixonei há quatro anos, com seus prédios majestosos e suas varandinhas e janelas cheias de charme, dividida pelo belo Danúbio, com suas pontes cheias de detalhes, ligando Buda a Pest (antigamente Buda e Pest eram duas cidades independentes), com o palácio de Buda imponente sobre a cidade, com o belíssimo parlamento em Pest, à beira do Danúbio. Foi assim que decidi: minha primeira meia-maratona tinha que ser em Budapeste! Fiz a inscrição sem saber se em setembro estaria preparada para correr 21km. Naquele momento eu pensei: se não der em setembro, faço a próxima, que será na primavera européia. Mas pelo menos eu tinha um objetivo para os meus treinos. O que me assustou a princípio foi o tempo limite da prova, que seria de 2 horas e meia, com um ônibus que seguiria os corredores, obrigando aqueles que estivessem muito devagar a embarcar, sendo assim desclassificados. Eu não queria ser pega pelo ônibus!
 

 

Depois de três meses e meio de treino específico para meia-maratona, chegou o grande dia: domingo, dia 14 de setembro. A ansiedade nos dias anteriores foi grande, mas muito positiva. Não via a hora de ouvir o tiro da largada e iniciar o percurso. Nos dias anteriores à prova choveu muito, às vezes a pancadas, às vezes só garoa, mas sem parar. A previsão do tempo dizia 90% de chance de chuva naquela manhã da prova, o que estava me inquietando um pouco. E se a chuva estivesse muito forte? Mas como um milagre, não caiu nenhuma gota. Nenhuma. O tempo permaneceu nublado e o ar muito úmido, mas a chuva não veio, e no final até apareceu um sol tímido.

Havia 13.500 inscritos para a prova, sendo 1.700 corredores de fora da Hungria. Esta prova conta como o campeonato húngaro da modalidade, então muitos atletas profissionais do país estavam presentes. A largada aconteceu em quatro grupos, divididos de acordo com o pace dos participantes. Eu me coloquei no último grupo e portanto tive que segurar a ansiedade por mais uns bons 15 minutos até poder dar largada. Mas logo chegou a nossa hora, e nossos pés começaram a dar suas passadas apressadas alameda abaixo rumo à famosa Praça dos Heróis, e em seguida à rua Andrassy út com os belos prédios das embaixadas, passando pela Casa do Terror, pela Ópera, e ao final, pelas boutiques de marcas famosas. Os primeiros 5 km passaram muito rápido. Logo estávamos atravessando a primeira ponte do percurso, a Ponte da Liberdade, indo de Pest para Buda, com vista para o tradicional hotel Gellert. Continuamos à beira do Danúbio até chegar aos pés do palácio de Buda, onde pegamos a ponte mais famosa da cidade, a Ponte das Correntes, voltando a Pest. Em algum ponto antes dali, senti meu primeiro cansaço e notei que cometi o típico erro de iniciante: comecei mais rápido do que deveria e gastei muita energia na primeira metade da prova. Mas logo passamos pela marca de 11km e eu pensei comigo 'a metade já foi, mesmo diminuindo a velocidade agora, o ônibus não me pega'.




Tinha muita gente pelas ruas dando força aos corredores, em muitos pontos havia músicos alegrando o percurso, desde de um dueto de violino e cello se não me engano, até banda de blues e batucada. O clima da prova foi ótimo, muito alto-astral! Havia também os participantes de revezamento, que podiam formar duplas ou trios. Os pontos de revezamento estavam sempre muito bem sinalizados. Os pontos de refrescamento foram sempre muito bem organizados, oferecendo água, bebidas isotônicas, banana, e nos últimos quilômetros também coca-cola.

Passamos pelo parlamento, correndo à beira do Danúbio, sempre com muita gente assistindo e vibrando. Em algum ponto depois disso, quando já havíamos passado a marca de 14km, o cansaço tomou conta. Minha cabeça dizia 'eu não agüento mais, quando isso vai acabar?'. Mas eu sabia que já tinha feito mais da metade, então aumentei o volume do iPod, que naquele momento estava tocando „Survival“, o tema que o Muse fez para as Olimpíadas, que combinou muito bem com a situação, e segui em frente, concentrando minhas forças na linha de chegada. A partir dali quase não consegui mais curtir o trajeto, só me concentrei na corrida. Depois da marca de 16km senti minhas pernas pesadas, me bateu um enjôo constante e minha canela doía. Nunca tinha sentido essa dor. Mas consegui ignorar esses sinais e me concentrar no meu objetivo. Já perto do km 18 nos esperava uma subida que, para mim, naquele momento, pareceu monstruosa. Uma subida de um viaduto ao lado da bela estação de trem do oeste, que foi planejada por Gustav Eiffel, o mesmo da torre símbolo de Paris. Eu pensei 'bora diminuir a velocidade e encarar a subida, tudo que sobe, desce! Depois recupero o tempo perdido'. Mas mesmo diminuindo a velocidade na subida, ao chegar no plano o enjôo e ânsia de vômito se tornaram insuportáveis e eu tive que parar, respirar fundo, agachar e esperar passar a sensação desagradável. Tentei correr de novo, mas minhas pernas pareciam sacolas cheias de tijolos. Passei então a caminhar com o intuito de voltar a correr aos poucos. Mas logo um rapaz bateu no meu ombro e disse algo de incentivo, e bastou isso para eu voltar a correr. Fui lado a lado com o meu incentivador, e mais afrente foi ele quem parou e começou a caminhar, mas eu disse 'não, você não vai parar agora!'. Continuamos correndo. Faltava menos de 2km! Ao mesmo tempo que esses últimos 2km foram uma luta, eles também passaram muito rápido. Passamos pela praça dos heróis de novo, mas nem pude admirá-la. Entramos na alameda que guiava até linha de chegada. Estamos chegando! Eu gritei. O meu companheiro quis parar novamente e eu disse 'não, estamos quase chegando, só mais 500m!'. Ao nos aproximarmos da marca de 21km, eu disse 'eu não tenho energia para o sprint final', mas ele disse 'tem sim'. E demos uma acelerada nos passos, e passamos pela linha de chegada com muita emoção.

Passando da linha de chegada, toda dificuldade desapareceu. A dor nas pernas estava ali, a sensação desagradável de enjôo também, mas foi como se tivessem sido anestesiadas pela felicidade imensa que me invadiu ao ter passado pela linha de chegada e completado a prova. A minha primeira meia-maratona! As medalhas estavam sendo distribuídas logo depois da linha de chegada, para coroar o feito. Que emoção!





Ao redor, muitos rostos suados e felizes curtiam a mesma sensação de felicidade e missão cumprida que eu. O narrador falava coisas em húngaro. Alguns riam e admiravam suas medalhas, outros alongavam as pernas cansadas, outros davam uma força para quem ainda estava chegando. Peguei minha sacola com água, doces e frutas, para repor as energias, e fiquei observando os que ainda chegavam. Quando parecia que já não viria mais ninguém, e os organizadores começaram a interditar a linha de chegada, um senhor de 82 anos veio se aproximando, com passos largos e muita força de vontade e determinação, recebido com muitas palmas, gritos de incentivo e assobios. Lágrimas escorreram dos meus olhos. E essa imagem só me comprovou mais uma vez que a corrida é o esporte mais lindo que existe. Já não posso esperar pela minha próxima meia! E com certeza repetirei a meia-maratona de Budapest, e super recomendo esta prova para quem quer unir o amor à corrida ao amor por viajar! "
 
 
 
Rafaella
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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Meia Maratona de Edimburgo - Por Liana Klose

A querida amiga Liana correu a sua segunda Meia Maratona no dia 25 de Maio em Edimburgo, na Escócia. No texto abaixo ela conta como foi a experiência, os pontos negativos e positivos da prova. Lili, obrigada! ;)

"A meia de Edimburgo foi a minha segunda meia. Como eu estava vindo de uma época negra das lesões, nao estava indo pra pra fazer tempo e mais pra curtir a prova.

A inscrição: A isncricao pra meia de Edimburgo foi feita ainda no ano passado, já que nao queria correr o risco de nao conseguir correr.  Achei o site meio complicado pra se inscrever, mas mesmo assim consegui inscrever meu namorado e eu.

Entrega dos Bibs: Os Bibs foram entregues pelos correios. Cada Bib de uma cor diferente, que é para as áreas de largada. Do meu namorado a area dele era a zul e a minha a roxa.
Como cheguei no dia anterior a prova, infelizmente não consegui visitar a expo.

Dia da prova: O dia comecou seco, mas muito nublado. Levantamos cedo e partimos do hotel (Motel One, super central e a poucos metros da largada, como tambem de varios pontos turisticos da cidade – recomendo) e fomos em direcao a largada. Seguimos a multidao de pessoas. Como a prova de Edimburgo nao é uma “roundtrip” onde o ponto de largada e chegada sao os mesmos, deixamos nossas bolsas num dos trucks, que estariam na chegada para que pudessemos retirar as bolsas. Os caminhoes estavam separados pelo numero do peito, bem organizado.
Fomos dar uma volta pra nos siturarmos e os lugares de partida estavam bem organizados. Importante dizer que nesse dia tambem estava ocorrendo a Maratona de Edimburgo, ou seja, tinha 2 pontos de largada, por isso se informar bem onde fica o ponto de largada certo.
Haviam muitos banheiros químicos e as filas super organizadas e andavam rápido.
Antes da largada caiu a maior chuva! E aí um ponto negativo: Não distribuiram capas de chuvas pros participantes. Ficamos todos embaixo da chuva e estava relativamente frio.
A largada ocorreu pontualmente e os blocos foram largando gradativamente.



O trajeto em si não é uma lindeza, passamos por varias cidadezinhas, quase nao tinha torcida, mas quando tinha era super animada.
Os postos de água estavam bem abastecidos e recebemos garrafinhas, o que eu aprecio bastante.

A Parte mais chata na prova é quando chegamos na Costa escocesa... é uma reta sem fim, fica muito chato.
(momento tédio na corrida – andei – pensei – tomei gel e voltei a correr)
A Altimetria não foi assustadora como eu imaginei, na meia de Paris achei pior.
A chegada foi tranquila, recebemos nossa medalha, uma finisher bag com T-Shirt!

 
No final foi um pouco chato pegar a sacola no bendito truck. Muita gente e poucas pessoas levemente desorientadas procurando nossas sacolas. Dica: Leve uma sacola numa cor bem extravagante, assim fica mais facil achar.
Hora de ir pra casa: Na hora da inscricao a pessoa poderia pagar pelo transfer de volta direto, nao era caro, tb tinha a possibilidade de pegar um dos ônibus locais, que acredito q sairia mais barato, mas nao era tão rápido, porém SUPERPONTONEGATIVO: Diferente do que no Brasil, a galera nao enche os ônibus até entupir. Só vai gente sentada, então depois de andarmos uma eternidade ate chegar ao ponto onde estavam os onibus, tivemos que ficar numa fila gigantesca esperando pra poder embarcar no bendito ônibus pra Edimburgo. A viagem foi relativamente rápida e Ponto positivo (no meu caso) o ônibus parou do lado do nosso Hotel.
Resumo da ópera: Edimburgo é uma cidade linda, porém nao vimos praticamente nada dela durante a corrida. Valeu a experiência, mas não é uma prova que eu faria outra vez."

 
Beijos
Lili
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