segunda-feira, 31 de março de 2014

Roma Ostia - A Meia Maratona de Roma

Mais uma vez, através do Instagram conheci o Christophe (@quantys), Português que mora em Luxemburgo e como eu ama correr. Ele também já fez esse ano a Meia de Barcelona e Lisboa. E abaixo escreveu pra nós um relato muito bacana sobre sua experiência na Meia Maratona de Roma, que aconteceu no dia 02 de Março! Vale a pena Ler!

"Agradeço a Marcela, que me pediu para escrever aqui no seu blog as sensações da minha primeira participação na Meia Maratona de Roma, a minha segunda do ano de 2014 e a minha quarta meia maratona desde de setembro de 2013.

Eu e meu irmão chegamos em Roma ( partindo de Luxemburgo, via Ryanair ), no Aeroporto de Ciampino e de lá fomos até a estação Termini de Roma, precisamos atravessar a cidade até  chegarmos a um prédio que parecia um Museu, para a distribuição do dorsal (pettorale em italiano).

Como o ônibus até lá se atrasou chegamos para a retirada dos dorsais depois do horário permitido, mas a  organização foi simpática e nos deram os dorsais e a bolsa com a camiseta da Adidas, num azul simpático.



 
Não era obrigatório ir buscar o dorsal já no dia da nossa chegada, mas como já estávamos a caminho, era melhor fazer tudo junto para termos o sábado livre para o descanso e para aproveitar e fazer uma visita a Roma pela primeira vez, mesmo que debaixo da chuva.

O percurso da meia maratona de Roma tem partida na parte sudoeste de Roma, em direção a Ostia, cidade a beira mar aonde os romanos vão a praia em período de bom tempo.

Ao oposto da maratona de Roma que se passa em plena cidade de Roma, aqui a gente vê pouco da cidade, e passamos cerca de 17km na Rodovia em direção a Ostia.

No Kit do corredor, recebemos um grande saco correspondente a sua categoria de tempo e de idade, aonde era possível colocar o seu número de peito e assim colocarmos o que fosse necessário do Guarda-Volumes.



 No dia da corrida levamos nossas coisas para a largada, aonde mais de 20 ônibus estavam a nossa espera (divididos por grupo de números de peito) para guarda-las. Depois de cheios os ônibus seguiram para Ostia, onde depois pudemos retirar nossos pertences de forma muito organizada.

A Roma Ostia como é chamada, é a prova com maior número de participantes da Itália, tem 40 anos e este ano a medalha do final era em comemoração ao aniversário da prova .

A partida foi organizada pela cor que estava no número de peito de cada um dos corredores, e a cor estava relacionada ao Pace informado no momento da inscrição.

Depois de uma noite curta e de trovoada e chuva batendo na janela do quarto do hotel, nos levantamos as 6h da manhã. Tomamos café da manhã, organizamos Garmin, Gel e hidratação e fomos.


 
As 10h foi dada a primeira largada, a partir dai, a cada 5 minutos um novo bloco largava, nós largamos as 10h15. O ponto positivo deste sistema, é que todos têm a possibilidade de fazer um bom tempo com pouca gente para ultrapassar. Na meia maratona do Porto em Portugal, na qual participei em meados de setembro, a largada foi toda junta. Mesmo estando numa categoria de tempo, não acho legal uma pessoa treinar durante semanas, e chegar a uma meia maratona e largar junto com todos, o risco de cair ou se atrapalhar com o Pace por ter muita gente é grande e pode ser realmente frustrante.


Neste caso em Roma foi perfeito! Os 4 primeiros quilômetros passaram num pace inferior a 4:40.
Próximo ao 5km o chegou o primeiro ponto de hidratação, que infelizmente era em copos, o que é uma pena pois o corredor não pode levar o copo para muito longe, Eu particularmente não sou nada adepto dos copos nas corridas, perdemos tempo e bebe-se mal neles.

A partir daqui entrando na via Christophe Colombo que é uma autostrada, a corrida começa mesmo a partir deste ponto com uma subida até aos 7,5km.

O tempo nesse dia estava ideal, um pouco frio por volta de 9-10ºC, e felizmente não choveu muito. Os dias que antecederam a corrida choveram torrencialmente. Nestas condições não sofremos tanto com a desidratação e podemos nos preocupar única e exclusivamente com a corrida.

Como estava frio eu utilizei uma espécie de pomada para aquecimento nos joelhos, e por volta do 1 ponto de hidratação começou a fazer efeito, comecei a sentir umas picadelas de calor nos joelhos. O creme estava a fazer efeito em relação ao calor que o meu corpo estava a desenvolver. Uma coisa digo, esta pomada ardeu mesmo os meus joelhos.

Por volta do quilometro 11 tivemos o segundo ponto de hidratação, desta vez com bebidas energéticas e mais uma vez em copos, grrrr.

Ao chegar no quilometro 13 havia distribuição de um tipo de esponjas molhadas. Claro que aproveitei para levar comigo umas 3 ou 4 para passar na testa e sobretudo nos joelhos em chamas.

Antes disso, a chegada ao 10km foi terrível. Até aqui tinha um pace de 4:30-4:40, entre o quilometro 9 e 10 o meu pace foi superior a 5.

A fisionomia desta corrida pode ser psicologicamente demolidora, pois a partir do quinto quilometro é uma linha reta até a chegada, o problema, é que de longe você vê quando vai ter que subir e descer, neste caso entre 9 e 10km era a subir, parece que você vai perder as forcas, isto até as esponjas no kilometro 13.


A partir dali não poderia haver mais desculpas, as subidas eram poucas, mas o vento e o cansaço estavam cada vez mais presentes, o pior eram o joelhos em fogo.

Normalmente a partir destes quilômetros você tem quase sempre um parceiro que tem o mesmo pace  que você. No meu caso tinha um homem de idade media 40-45 anos de nome Luigi de verde e branco, e outro perto dessa idade, o Alessandro e vermelho escuro. Claro não adivinhei os nomes, nem se eram os nomes deles, mas eram os nomes inscritos nas costas da suas camisetas. A gente quase furava através a multidão para logo alcançarmos a chegada. Quando um se desmotivada o, outro passava a frente para levar o ritmo, assim como fazem os ciclistas. Vez ou outra cada um de nós soltava um grito para se fazer ouvir.

Depois do ultimo fornecimento de agua no quilometro 16 só faltavam mais 5km para a chegada, os meus powersongs do iPod estavam a tocar e eu tomei o segundo gel da corrida. Foi desnecessário tomar este gel, acho que foi mais para me motivar mentalmente tipo placebo que para me fornecer açúcar ao corpo.


Eu e meus colegas de corrida estávamos cansados, e o meu pace caiu, ficando acima de 5:00.

Ao avistar o painel 20km sabia que só faltava mais 1km e uns metros mas, que sem duvida são os mais duros, como toda gente sabe.


O Luigi reuniu as ultimas forças para aumentar o seu pace, eu o segui num ritmo mais baixo do que ele. O Alessandro fico para traz, tendo mandando um grito nos indicando para correr sem ele. A gente ainda gritou um para os outros para se motivar e dando-se "rendez-vous" a chegada.

Chegando ao fim e tocando em stop na minha Forerunner, o corpo sufocava no suor e na dor, 1:42.22 indicava na tela, pior que em Barcelona de alguns segundos sabendo que Barcelona tinha uns bons metros a mais.

O Luigi tinha uns bons 15-30 segundos a menos do que eu enquanto o Alessandro chegou minutos depois.

Depois da meta, chá quente foi servido e como estava a chuviscar tivemos uma capa de chuva amarela para nos proteger da chuva. Logo depois, chegou a vez das medalhas e da clássica distribuição de bananas e de Laranjas.

Recebemos ainda um saco cheio coisas boas, e neste caso em Roma eram muitas coisas, ainda bem, em muitas corridas não se tem tanto






Chegando finalmente aos ônibus tivemos que procurar a nossa categoria do dorsal para que o seu saco da partida seja entregue. Hop ! Toca a pegar no meu telefone e ligar numa rede sobrecarregada ao meu amigo e coach de Spinning do Luxemburgo que ele  certamente já teria terminado a prova.
Ele terminus a prova em1h25 foi o tempo dele, e ele tem 46 anos, um exemplo para muitos!

Esperamos pelo meu irmão e uma vez todos reunidos tomamos o Metro sobrelotado de gente em direção a Roma para chegar ao Hotel e tomar uma ducha, pois outro ponto negativo, não havia duchas suficientes para tanta gente a não ser a agua salgada e fria do mar.

Uma boa corrida, com um percurso difícil, porque jogando mentalmente nas subidas e decidas. A distribuição de aguas e energéticos em copos também não me agradou, mas a ideia das esponjas molhadas foi ótima.

Deixei um bom sentimento de corrida nesta meia-maratona que certamente correrei novamente!!



 Obrigado pela leitura e a motivação que as pessoas tem me dado nas redes sociais, amigos e família, porque é encontrando pessoas que fazem e gostam das mesmas coisa que você, me motivo cada vez mais a continuar!

 Saudações"


Christophe
@quantys


Correndo na Europa
@correndonaeuropa
#correndonaeuropa

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